Segundo dados recentes da OMS (Organização Mundial da Saúde), os números de suicídio infantil – de crianças de 5 a 14 anos de idade – têm crescido no Brasil e no mundo. A notícia corta o coração e deixa um alerta para que pais, responsáveis, educadores e toda a sociedade olhem para a saúde mental das crianças com mais atenção, informação e empatia. Fatores sociais, estresse, violência familiar, bullying e excesso de cobranças foram apontadas como as principais causas do fenômeno.
O que podemos fazer?
De acordo com a psicanalista e psicóloga Patrícia Nunes Fernandes, “validar os sentimentos das crianças e adolescentes é criar uma relação íntima na qual a expressão das emoções é livre e encontra acolhimento”. Quando o comportamento de um jovem demonstra tristeza, apatia, isolamento (entre outros sintomas) chamar para o diálogo com carinho traz confiança para que ele fale como está se sentido.
As emoções devem estar na educação diária com o exemplo de adultos responsáveis que também assumem seus problemas. É importante não subestimar a capacidade da criança de entender situações delicadas. Ainda, expressões como “engole o choro”, “deixa de frescura” e outras que marcam a vida até a fase adulta alimentam o estigma em torno das doenças mentais dificultando o caminho para o tratamento médico.
Mais do que falar sobre o assunto com os filhos, é importante dar espaço para os sentimentos aparecerem e serem nomeados. Eles quase sempre dão sinais de que algo não está indo bem. É preciso ouvir, respeitar. A conversa é uma das principais formas de evitar problemas maiores, até mesmo o suicídio.
No entanto, alguns estudos apontam o “contágio coletivo”, chamado de Efeito Werther que surgiu na ocasião do lançamento do livro “Os sofrimentos do jovem Werther” de Goethe em 1774, quando diversas pessoas tiraram suas vidas como o protagonista. Por isso, é importante que o acesso a conteúdos relacionados especificamente ao suicídio, na mídia e nas redes sociais, seja monitorado e evitado. O tema deve ser discutido em família ou com profissionais experientes, caso apareça a necessidade, sempre com responsabilidade e em ambientes acolhedores.
Temos muitas formas de perceber a existência das doenças mentais, por isso a informação de qualidade é importante. Assim como a empatia, para ajudarmos quem não está bem sem julgamentos sugerindo cuidados profissionais.
Aqui vão algumas opções de atendimento e apoio emocional disponíveis gratuitamente ou com valores sociais:
Centro da Atenção Psicossocial (CAPS): postos de saúde que tratam transtornos mentais. Atendem crianças, adultos e dependentes químicos. www.buscasaude.prefeitura.sp.gov.br
Universidades: instituições com faculdade de Psicologia, Medicina e outras relacionadas à saúde mental têm ambulatórios, alguns especializados em TOC, TDAH, depressão, etc.
Centro de Valorização da Vida (CVV): apoio emocional gratuito a pessoas que precisam conversar, sob sigilo, por telefone, email e chat 24 horas todos os dias. Ligue 188 ou clique www.cvv.org.br
Mapa Saúde Mental: lista de terapeutas e endereços para atendimento gratuito presencial ou on-line. www.mapasaudemental.com.br
@saúdementalparatodos: rede de profissionais que atendem on-line por valores sociais.
Para encorpar a campanha nacional Setembro Amarelo de prevenção ao suicídio, criamos a revista digital 10 ILUMINAÇÕES SOBRE SAÚDE MENTAL com algumas dicas, incluindo formas de cuidar das emoções das crianças e adolescentes.
PARA LER NOSSA A REVISTA DIGITAL 10 ILUMINAÇÕES SOBRE SAÚDE MENTAL CLIQUE AQUI!